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A HORA DO LUTO


O quadro médico apresentado pelo paciente no dia-a-dia hospitalar, não era novo. De repente numa tarde bela de outono, depois de um dia agradável com familiares, apesar do isolamento social, inesperadamente João se sente mal, com muita tosse, dores de garganta e febre alta.


A preocupação se instala e a perplexidade também. Em épocas de coronavírus qualquer sintoma por mais simples que anteriormente fosse, se torna ameaçador.


João de meia idade, portador de hipertensão arterial severa e fumante de longa data, é levado para o hospital. Durante os primeiros dias é realizado tratamento clínico adequado ao prognóstico inicialmente apresentado pelo paciente e submetido aos exames de rotina, em especial teste para coronavírus. Em determinado momento, o quadro clínico se agrava, evoluindo para insuficiência respiratória grave.


O prognóstico apresentado não era dos melhores, com suspeitas severas de COVID-19, agora o tempo era seu maior inimigo.


Surge então a necessidade de realização de procedimento de entubação como terapêutica necessária ao restabelecimento do paciente. Contudo, para desespero dos familiares, o local em que joão estava internado, não possuía o equipamento. Necessário se fazia então, a transferência para outra localidade. Chegando ao destino, João é imediatamente colocado na Unidade de Terapia Intensiva.


Os familiares com seus cenhos enrugados pelo sofrimento aguardam notícias de João. A espera é tormentosa e enquanto esperam nos corredores do novo hospital, procuram avidamente relatos sobre outros pacientes com o mesmo quadro que seu querido João.Muitas notícias de recuperação de outros pacientes lhes chegaram aos ouvidos, redobradas estavam suas esperanças.


Entretanto, como notório, nem as doenças, nem a medicina tem resposta e solução idênticas em todos os casos. De uma hora para outra um quadro que era estável de repente se agrava, e o que a princípio poderia parecer uma simples gripe se transforma em um quadro grave de covid-19, e tudo isso pelo fato que o corpo humano é uma caixinha de surpresas e para muitas doenças, ainda não existe cura.


Nessa hora o ser humano fica entregue; entregue ao médico, entregue a sorte, entregue a vida e a morte.


João infelizmente, não teve a mesma sorte que os demais pacientes, e evoluiu para óbito.

A vida muitas das vezes é implacável. Apesar de sabermos que a morte é inevitável, sempre esperamos ela seja branda. mas nem sempre o é. E por mais que queiramos dela fugir ou adiar, a hora do luto chega. E ela é extremamente triste e avassaladora!


A perda de um ente querido é um fato que nos traz muitas angústias e dores . Não há nada que nos faça consolar nesta hora dramática, por mais que muitos carinhosamente o tentem fazê-lo. Contudo, e isso é a única coisa que nos alivia um pouco desse pesar, é que verificamos nesse momento o quanto o nosso ente querido que já não está mais entre nós, era apreciado por todos.


Embora seja diferente para cada um de nós, os sentimentos intensos do luto e a sensação avassaladora de nunca ser capaz de superar a dor são comuns. Essa dor, bem como, as lembranças irão nos acompanhar por toda uma vida. Entretanto, a dor vai esmaecendo aos poucos, o tempo nessas horas é o nosso principal aliado e a ele devemos todo o consolo que somente ele nos traz.


Mas embora tenhamos que velar a alma do nosso querido, agora ausente, também temos que pensar na parte prática do luto, para que não sejamos também abatidos financeiramente, além do que o luto já nos abateu e abaterá emocionalmente, ainda por muito tempo.


A parte prática é a necessidade de fazermos a arrecadação dos bens do falecido, se existirem bens a serem partilhados, através de inventário, e o tempo é curto para se entrar com o procedimento.


O tempo do inventário não acompanha nosso tempo de sofrimento, mesmo alquebrados, a vida continua, pois, o tempo não para.


O prazo é de apenas 60(sessenta) dias a contar do óbito, pois, após esse período é gerado uma multa de 10% sobre o valor do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e por Doação de Quaisquer Bens e Direitos. As alíquotas variaram de 4% a 8%, dependendo do valor da operação e do Estado, uma vez que esses podem decidir sobre os valores das alíquotas do imposto. Atualmente, o imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos no estado do Rio, via de regra, tem duas alíquotas: 4,5% para valores até 400 mil UFIR (Unidade Fiscal de Referência) e 5% para valores acima de 400 mil UFIR. E caso ultrapasse 180 dias a multa é de 20% sobre o imposto, tornando o inventário mais caro.


Atualmente, o Inventário pode ser feito em cartório, o que facilitou muito o seu procedimento. Então, por mais que seja um tempo exíguo para as nossas dores, temos que colocar a mão na massa e agilizar o inventário.


Se você quiser saber o que é preciso para dar entrada nesse procedimento. Acesse aqui.





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